quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Revolução de Abril

Ou Revolução dos Cravos, outro nome pelo qual também ficou conhecida, deu-se a 25 de Abril de 1974. Esta foi sem dúvida uma das mais importantes revoluções, pois foi devido a ela (revolução) que o nosso país deixou de viver "mergulhado" numa ditadura.
Toda a revolução foi pensada, organizada e posta em prática por um grupo de militares, na sua maioria capitães, é daí que surge o nome Capitães de Abril, obviamente com o apoio de centenas de soldados. Com a revolução os militares pretendiam pôr fim à Guerra Colonial, estabelecer a Democracia e desenvolver o país.
Os militares tinham uma estratégia definida, queriam tomar posições em pontos estratégicos como: aeroportos, Quartéis Generais, postos de comunicação... em suma, pontos que lhes permitissem tomar controlo do país.
A revolução teve inicio após ter sido dado o sinal, sinal esse que tinha como senha a música Grândola Vila Morena do cantor José Afonso, passava poucos minutos da meia-noite quando a música tocou nos rádios.
Imediatamente por todo o país os militares iniciaram movimentações, os soldados saem às ruas em tanques, jipes e camiões. De Santarém sai uma extensa coluna militar liderada pelo Capitão Salgueiro Maia, chegados a Lisboa os militares ocupam o centro da cidade impedindo a passagem, evitando a mobilização de forças opositoras.
Durante todo este processo o MFA - Movimento das Forças Armadas, vai difundido comunicados à população informando da situação que se estava a viver no país, apelando a todos os cidadãos que mantenham a calma e para que estes se mantenham em casa a fim de evitar vítimas. O MFA lança também através da rádio apelos às Forças Policiais e Militarizadas opositoras para que não interfiram no processo de libertação do país, mesmo com repetidos apelos uma coluna de agentes da PSP intervêm mas é rapidamente travada sem confrontos de maior gravidade.
Devido às operações desencadeadas, Marcelo Caetano e diversos membros do governo procuram refúgio no Quartel General da GNR, situado no Largo do carmo. Salgueiro Maia ao saber deste facto deixa o Terreiro do Paço e dirige-se com algumas das suas tropas para lá, cercando todo o edifício e exigindo a rendição dos "refugiados". Passam-se várias horas sem nunca ter sido dada uma resposta, é então que Salgueiro Maia manda afastar do largo toda a população que ali se havia junto a fim de ver o desfecho de toda aquela situação e ordena aos seus homens que dispare sobre a fachada do edificio.
É então que chega ao Largo do Carmo Feytor Pinto e Nuno Távora e por iniciativa própria pedem a Salgueiro Maia para falarem com os membros do governo que ali se encontravam refugiados e negociarem a sua rendição, pedido ao qual Salgueiro Maia acede.

Ao sair Feytor Pinto trás a boa nova, Marcello Caetano acede a entregar o comando das Forças Armadas ao general Spinola, ele que já ficara conhecido por ser o líder de uma outra revolução falhada contra o regime. A população entra em delírio, estava negociada a rendição dos membros do governo o que significava que acabara o regime ditatorial que se vivia em Portugal à já vários anos, sem grandes danos ou vítimas a registar.
Apenas houve a registar vítimas em frente ao edifício da DGS - Direcção Geral Segurança, antiga PIDE, onde alguns agentes dispararam rajadas de metralhadoras e gás lacrimogéneo sobre alguns jovens que ali se manifestavam, tendo provocado a morte a cinco jovens e ferimentos noutros trinta.
A DGS viria a ser um dos últimos "braços" do regime a cair, a rendição dos agentes só aconteceu no dia 26 de Abril. Após a sua rendição foram transportados para a Prisão de Caxias, onde na mesma altura estavam a ser libertados os presos políticos do regime ditatorial.

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